Doenças e Tratamentos

Esclerose múltipla: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 27/02/2018 (atualizado em 11/10/2021)
esclerose multipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervos ópticos e a medula espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema imunológico corpo confunde células saudáveis com “intrusas”, e as ataca provocando lesões. Além disso, o sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina.

Os danos à mielina causam interferência na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do sistema nervosa central. Esta condição pode resultar na deterioração dos próprios nervos, em um processo potencialmente irreversível.

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Ao longo do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral. Além disso, os sintomas variam amplamente, dependendo da quantidade de danos e os nervos que são afetados.

Nos estágios iniciais da doença pode ser de difícil diagnóstico, uma vez que os sintomas aparecem com intervalos e o paciente pode ficar meses ou anos sem qualquer sinal da doença.

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, causada por uma “confusão” do organismo. O sistema imunológico da pessoa identifica a bainha de mielina, revestimento dos neurônios, como um agente estranho e a ataca. Isso dificulta a transmissão dos impulsos nervosos.

Quais são as causas da esclerose múltipla?

As causas exatas da esclerose múltipla não são conhecidas, mas há dados interessantes que sugerem que a genética, o ambiente em que a pessoa vive e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel no desenvolvimento da doença.

Embora a causa ainda seja desconhecida, pois ela tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.

Fatores de risco:

Vários fatores podem aumentar o risco de esclerose múltipla, incluindo:

  • Idade: pois esta doença pode ocorrer em qualquer idade, mas mais comumente afeta as pessoas entre 20 a 40 anos. Nessa faixa etária são feitos 70% dos diagnósticos.
  • Gênero: Mulheres são mais propensas que os homens a desenvolver a esclerose. A proporção real é de três mulheres para cada homem Histórico familiar: se um de seus pais ou irmãos tem esta doença, você tem uma chance de 1 a 3% de desenvolver a doença – em comparação com o risco na população em geral.
  • Etnia: Os caucasianos, em especial aqueles cujas famílias se originam do norte da Europa, estão em maior risco de desenvolver esclerose múltipla. As pessoas de ascendência asiática, africana ou americana tem menor risco
  • Regiões geográficas: A esclerose múltipla é muito mais comum em áreas como a Europa, sul do Canadá, norte dos Estados Unidos, Nova Zelândia e sudeste da Austrália. Não se sabe ainda o porquê.
  • Outras doenças autoimunes: Você pode ser um pouco mais propenso a desenvolver esclerose se tiver outra doença que afeta o sistema imune como distúrbios da tireoide, diabetes tipo 1 ou doença inflamatória intestinal.

Quais são os sintomas da esclerose múltipla?

Pessoas com esclerose múltipla tendem a apresentar os primeiros sintomas na faixa dos 20 a 40 anos. Alguns podem ir e vir, enquanto outros permanecem.

Não há duas pessoas que apresentem rigorosamente os mesmos sintomas. Isso porque as manifestações irão depender dos nervos que são afetados. No entanto, os primeiros sintomas são:

  • Visão turva ou dupla;
  • Fadiga;
  • Formigamentos;
  • Perda de força;
  • Falta de equilíbrio;
  • Espasmos musculares;
  • Dores crônicas;
  • Depressão;
  • Dificuldade cognitivas;
  • Problemas sexuais;
  • Incontinência urinária.

Você pode ter um único sintoma e, em seguida, passar meses ou anos sem qualquer outro. O problema também pode acontecer apenas uma vez, ir embora e nunca mais voltar. Para algumas pessoas, os sintomas tornam-se piores dentro de semanas ou meses.

Qual é o diagnóstico da esclerose múltipla?

O diagnóstico é basicamente clínico e deve ser complementado por ressonância magnética. Pode ser, no entanto, que o médico peça vários exames para excluir outras condições que podem ter sinais e sintomas semelhantes.

Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, o tratamento farmacológico deve ser prontamente iniciado. Por se tratar de uma doença inflamatória desmielizante, com manifestação remitente-recorrente, o tratamento tem dois objetivos principais:

Qual é o tratamento da esclerose múltipla?

A esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento geralmente se concentra em manejar as crises, controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença.

Hoje, no Brasil, já existem diversas opções de tratamento, através de cápsula oral diária ou injeções diárias, semanais e mensais. Há 3 tipos de betainterferonas disponíveis para tratamento da esclerose múltipla.

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1. Interferon: 

Interferon é um grupo de proteínas – alfa, beta e gama – produzida pelo corpo e parte do sistema imunológico. Eles atuam controlando as atividades desse sistema de diversas formas, além de possuir propriedades antivirais. (Lembre-se das teorias sobre a relação entre esclerose múltipla e infecções por vírus). Até agora, os especialistas descobriram que o interferon-beta ou betainterferona é eficaz no tratamento da esclerose múltipla.

2. Acetato de glatirâmer:

O acetato de glatirâmer é uma proteína que tem o objetivo de reduzir o número de crises da esclerose múltipla. Não se sabe exatamente como ela funciona, mas os médicos acreditam que ela seja capaz do bloquear o ataque de seu sistema imunológico na mielina, através de um desvio da imunidade, reduzindo o processo auto-imune.

3. Fingolimode:

O fingolimode é um medicamento oral, tendo sido a primeira droga oral para esclerose no mundo. Trata-se do primeiro princípio ativo de uma nova classe terapêutica, os moduladores de receptores esfingosina-1-fosfato (S1PR). Esses medicamentos determinam aprisionamento seletivo dos linfócitos “doentes” nos gânglios linfáticos, evitando que entrem no sistema nervoso central e destruam a mielina.

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