Doenças e Tratamentos

Pericardite: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 01/03/2018 (atualizado em 07/10/2021)
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Pericardite é uma inflamação do pericárdio, uma espécie de bolsa que envolve o coração. O pericárdio é composto por duas estruturas: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso, constituído por duas lâminas (parietal e visceral). Entre o pericárdio fibroso e o seroso e entre essas duas lâminas do pericárdio seroso há a formação de espaços virtuais preenchidos por finas camadas de líquido lubrificante. O pericárdio tem como função manter o coração em sua posição e impedir que ele se encha de sangue além de sua capacidade.

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O Que é Pericardite:

Vários órgãos do nosso corpo são revestidos por finas membranas, ficando “ensacados” e isolados dos órgãos adjacentes. Por exemplo, o cérebro é revestido pelas meninges, os pulmões pela pleura e os órgãos intra-abdominais pelo peritônio. O coração, por sua vez, fica “ensacado” dentro do pericárdio, uma membrana fibrosserosa, que serve para isolar o coração e reduzir o atrito com os órgãos ao seu redor.

O pericárdio é composto por duas finas camadas, que ficam praticamente grudadas entre si, separadas apenas por uma quantidade mínima de líquido, cerca de 20 ml, que age como uma espécie de lubrificante.

Durante os quadros de pericardite, o processo inflamatório pode fazer com que o volume de líquido pericárdico aumente. Até 90 a 120 ml de líquido adicional podem se acumular no pericárdio sem que isso cause problemas relevantes ao coração de indivíduos previamente saudáveis. Porém, o acúmulo de volumes maiores pode comprimir o coração, o que reduz a sua capacidade de bombeamento de sangue e provoca uma urgência médica chamada de tamponamento cardíaco.

Causas da Pericardite:

As causas de pericardite muitas vezes não podem ser determinadas. Nesses casos, a condição é chamada de pericardite idiopática. Dentre as principais causas conhecidas de pericardite estão:

  • Infecções por vírus, fungos ou bactérias;
  • Doenças autoimunes, como lúpus;
  • Metástases adjacentes de diversos tipos de câncer;
  • Hipotireoidismo;
  • Insuficiência renal crônica;
  • Febre reumática;
  • Tuberculose;
  • Infarto do miocárdio;
  • Lesão ou trauma no tórax;
  • Miocardite;
  • Radioterapia no tórax, comum no tratamento de diversos tipos de câncer;
  • Efeitos colaterais decorrentes do uso de alguns medicamentos.

Sintomas da Pericardite:

O principal sintoma da pericardite aguda é uma intensa dor no peito, que surge repentinamente, acomete toda a região central do tórax, agrava-se durante a inspiração profunda, ao tossir ou ao deitar, mas apresenta algum alívio quando o paciente senta-se e inclina o tronco para frente. A dor costuma ser descrita como uma pontada no peito; alguns dizem que sentem-se como se tivessem levado uma facada no coração.

Em muitos pacientes, porém, a dor da pericardite pode não ser tão típica e de fácil distinção. Em alguns casos, a dor não é tão aguda, e o paciente queixa-se de uma pressão ou peso no peito com irradiação para ombros, pescoço ou costas. Nessas situações, pode ser difícil a distinção entre pericardite e outras causas de dor no peito, como infarto, embolia pulmonar ou aneurismas da aorta.

Nas crianças, a pericardite pode se apresentar como uma dor abdominal em vez de dor no peito. Febre baixa, palpitações, cansaço, mal-estar e tosse também são sintomas comuns, mas geralmente ficam em segundo plano dada a intensidade da dor torácica.

Na pericardite de origem tuberculosa, o quadro não é tão agudo, e o paciente costuma ter febre alta, suores noturnos e emagrecimento.

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Tratamento de Pericardite:

Os casos mais leves de pericardite são tratados com medicamentos anti-inflamatórios e analgésicas, que ajudam a amenizar a dor. Se o paciente não apresentar complicações, ele pode fazer tratamento oral em casa, devendo, contudo, evitar esforços.

Pacientes com a forma mais grave de pericardite, derrame pericárdico ou, ainda, aqueles que apresentam alguma outra doença grave associada devem ser hospitalizados para seguir com o tratamento. Dependendo das causas elas também devem ser tratadas individualmente.

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