Doenças e Tratamentos

Dermatite atópica: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 27/02/2018 (atualizado em 11/10/2021)
o que é dermatite atópica

A dermatite atópica também conhecida como eczema atópica, é uma doença crônica que causa inflamação na pele, resultando em lesões avermelhadas que apresentam crostas, coçam, descamam e às vezes ficam úmidas.

dermatite atópica

Geralmente, afeta indivíduos com história pessoal ou familiar de asma, rinite alérgica ou dermatite atópica, doenças conhecidas como “tríade atópica”. A partir de pesquisas recentes, descobriu-se que esse tipo de dermatite também pode surgir devido a defeitos genéticos em alguma proteína da pele, facilitando o aparecimento de inflamações. Apesar de poder ter causas genéticas, a dermatite atópica não é transmissível.

É mais comum na infância e pode desaparecer com a idade, assim como piorar. Sua incidência vem aumentando gradativamente, principalmente em regiões urbanas, chegando a acometer até 20% da população.

Nos bebês, as lesões se apresentam na face e nas superfícies externas dos braços e pernas, já em crianças mais velhas e adultos essas lesões aparecem principalmente nas dobras do corpo, como as dos joelhos, braços e pescoço. Em casos mais graves, as lesões podem acometer grande parte da superfície do corpo.

Causas da dermatite atópica:

A causa dessa doença ainda é desconhecida. Inicialmente imaginava-se que a condição era uma espécie de alergia da pele relacionada a outra atopias, como rinite alérgica, asma e alergia alimentar. Isso porque essa doença deixa a pele mais suscetível aos estresses causados por substâncias irritantes.

Entretanto, estudos recentes comprovam que ela pode surgir por um defeito genético em uma proteína da pele, além de existir um fator hereditário, ou seja, uma criança que tem pais com alguma condição da tríade atópica tem aproximadamente 25% de chance de também manifestar alguma dessas condições.

Já uma criança com ambos os pais com doenças atópicas apresenta 50% de chance de apresentar a doença.

Além do fator hereditário, acredita-se que a condição esteja relacionada a outros fatores, como:

  • Disfunções do sistema imunológico;
  • Problemas de permeabilidade da pele;
  • Exposições ambientais, geralmente mais incidente em regiões urbanas e de clima seco;
  • Pele ressecada.

Sintomas:

A dermatite atópica se manifesta a partir de lesões inflamatórias que causam coceira na pele. Geralmente, essas inflamações vão e voltam, podendo ter intervalos de meses ou anos entre crises.

Coçar as lesões pode deixá-las ainda mais irritadas e pruriginosas, além de abrir feridas na pele que serviriam de entrada para microrganismos causadores de doenças.

A doença pode ser dividida em três estágios, entenda:

Fase Infantil:

Essa fase ocorre dos 3 meses aos 2 anos de idade, quando as lesões são caracterizadas por vermelhidão, descamação, presença de crostas e prurido intenso. As dobras das articulações, como cotovelos e joelhos, o rosto e o couro cabeludo são as áreas mais afetadas do corpo nesse estágio.

causas da dermatite atópica

Em quadros mais agudos, as lesões podem ser extensas e ocupar grande parte da pele, além de formar pequenas bolhas e apresentar eliminação de material purulento.

Tratamentos da dermatite atópica:

O objetivo do tratamento da dermatite atópica visa o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e prevenção das recorrências.

Um dos primeiros passos no controle do eczema atópico é eliminar fatores que favorecem o agravamento das lesões, tais como:

  • Calor, suor ou ambientes secos.
  • Estresse ou ansiedade.
  • Mudanças bruscas de temperatura.

Exposição a certos produtos químicos ou soluções de limpeza, incluindo sabões e detergentes, perfumes, cosméticos, cloro da piscina, roupas de lã ou fibras sintéticas, poeira, areia ou fumaça de cigarro.

A hidratação da pele é outra medida necessária para aliviar o eczema. Hidratantes pobres em água, como Eucerin, Cetaphil e Nutraderm, devem ser usados diariamente após o banho. Vaselina é outra opção válida.

O uso tópico de cremes contendo corticoides é bastante útil para reduzir a irritação da pele. O uso de corticoides tópicos, porém, deve ficar restrito às fases agudas e durar poucos dias para evitar efeitos colaterais. Quando o tratamento com cremes é necessário por mais de 3 semanas, o ideal é evitar os corticoides e usar produtos à base de tacrolimos ou pimecrolimos.

Em caos de eczemas graves e de difícil controle, o uso de corticoides por via oral pode ser indicado por alguns dias.

A fototerapia, tratamento com raios ultra-violeta, é bastante eficaz no controle do eczema. Porém, trata-se de um tratamento caro, que aumenta o risco de câncer de pele e provoca envelhecimento precoce, motivo pelo qual ele costuma ficar restrito apenas aos casos graves e de difícil controle.

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