Doenças e Tratamentos

Acromegalia: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 28/02/2018 (atualizado em 08/10/2021)
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A acromegalia é uma doença causada pela produção excessiva do hormônio do crescimento, afeta igualmente homens e mulheres e é mais comum em pessoas com idade entre 30 e 50 anos. O sintoma que mais caracteriza esta doença é o crescimento exagerado de partes do corpo como mãos, pés, nariz, lábios, língua, queixo, testa e orelhas. Pode provocar também dor de cabeça, deficiência na visão, dores articulares, suor em excesso, diabetes, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.

acromegalia

Quase todos os casos da doença são causados por um tumor benigno na hipófise, glândula localizada na base do crânio responsável pela produção de hormônios como o do crescimento. Geralmente o diagnóstico acontece por acaso: pacientes que procuram atendimento médico a fim de minimizar sintomas são submetidos a exames de imagem, tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio e, assim, a lesão na hipófise é encontrada.

A falta de conhecimento da população sobre a doença atrasa sua identificação. De acordo com o artigo Diagnóstico e Tratamento da acromegalia no Brasil, “o diagnóstico é frequentemente realizado cerca de 8 a 10 anos após o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas”.

Se não tratada precocemente e de forma adequada, a acromegalia pode reduzir a expectativa de vida, principalmente devido às complicações cardiovasculares e respiratórias. Segundo o artigo científico, as complicações cardiovasculares são responsáveis por 60% das mortes em acromegálicos e as respiratórias, por 25%.

O que é acromegalia?

A acromegalia (do grego: akros = extremo ou extremidades; megalos = grande) é uma desordem hormonal em que a glândula pituitária (ou hipófise) produz em excesso o hormônio do crescimento na infância e continua a produzi-lo na vida adulta, fazendo os ossos e outros tecidos crescerem além dos limites normais. Nas crianças que ainda estão em crescimento, esse excesso causa uma condição chamada gigantismo, em que a pessoa adquire uma estatura anormalmente alta.

Causas da acromegalia:

A glândula hipófise tem a propriedade de produzir diversos hormônios, como os hormônios que controlam o eixo reprodutivo no homem e na mulher LH e FSH, hormônio luteinizante e folículo estimulante, respectivamente. Produz também o hormônio que controla o funcionamento da tireoide o TSH hormônio tireoestimulante.

Além desses e de outros hormônios, a hipófise produz o GH, que é o hormônio de crescimento. A causa mais comum de acromegalia é o desenvolvimento de um tumor benigno na hipófise chamado de Adenoma. O crescimento deste tumor é lento e portanto o diagnóstico de acromegalia pode demorar muitos anos para ser feito.

Menos comumente, a acromegalia pode surgir quando tumores em outras regiões do corpo produzem o hormônio de crescimento, como tumores no pulmão, na suprarrenal ou no pâncreas. E ainda, tumores em outra região podem produzir um hormônio chamado GH-RH, que vai estimular a hipófise a produzir GH, este bem mais raro de acontecer.

Sintomas:

Os sintomas se devem ao excesso do hormônio de crescimento. Mas também se devem ao excesso de um hormônio chamado IGF-1, que é produzido pelo fígado ao ser estimulado pelo GH.

  • O hormônio de crescimento em excesso leva ao:
  • Crescimento de mãos e pés;
  • Crescimento de áreas de cartilagem, como orelhas e nariz;
  • Crescimento do queixo e da língua, e maior espaçamento entre os dentes;
  • Rouquidão;
  • Dor de cabeça e alterações na visão;
  • Dores nas articulações;
  • Dormência em mãos, decorrente da síndrome do túnel do carpo.

Entre os sintomas menos comuns da acromegalia estão:

  • Ganho de peso indesejado;
  • Crescimento de pelos;
  • Pólipos no intestino.

Diagnóstico de acromegalia:

O diagnóstico é feito pela dosagem do hormônio de crescimento aumentada no sangue (GH) ou pela dosagem de IGF-1 aumentada também.

No entanto, para confirmar o diagnóstico são feitos testes com a dosagem do hormônio de crescimento após a pessoa ingerir uma quantidade pré-determinada de açúcar. Este teste é chamado de teste de supressão de GH, pois o normal é que ao se ingerir açúcar o nível do hormônio de crescimento fique muito baixo, se a pessoa estiver com acromegalia, os níveis de GH permanecerão altos.

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Os exames de imagem são essenciais para investigar qual a causa – se é um tumor na hipófise, ou se há algum tumor em outra região do corpo. O primeiro exame de imagem na suspeita de acromegalia é a ressonância nuclear magnética de sela túrcica- que é o local do crânio que se localiza a hipófise.

Em caso da hipófise ser normal, o médico pode solicitar exame de imagem em outras regiões do corpo. Os exames para acompanhamento de acromegalia são a ressonância nuclear magnética de sela túrcica e as dosagens hormonais de GH e IGF-1.

Tratamentos:

O tratamento da acromegalia é inicialmente à base de medicamentos que inibem a produção do hormônio do crescimento, mas, às vezes, o recurso da cirurgia de retirada do tumor hipofisário é necessário. Esse procedimento é muito delicado e sua realização só é recomendada em caso de insucesso de outros tratamentos, além de depender também do tamanho e localização do tumor. Os doentes devem ser acompanhados por um médico ao longo de toda sua vida.

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